(Endocrinologista Dra. Morgana R. Rodrigues detalha)
As complicações vasculares do diabetes mellitus, incluindo a evolução do dano retiniano conhecido como retinopatia diabética, são reconhecidas há séculos. Na última década, os avanços tecnológicos, como imagens da retina e o desenvolvimento de novas terapias, melhoraram drasticamente a avaliação, o tratamento e os resultados visuais de pacientes com retinopatia diabética. No entanto, o edema macular diabético e a retinopatia diabética proliferativa continuam sendo as principais causas de perda de visão moderada e grave na maioria dos países desenvolvidos.
Na maioria das pessoas, a Retinopatia se desenvolve 10-15 anos após diagnóstico de Diabetes. Entre 1990-2010, a deficiência visual devido a Retinopatia Diabética aumentou 64% e a cegueira em 27%. Em 2010, a doença diabética ocular foi a quinta causa mais comum de perda de visão e cegueira moderada a grave em todo o mundo.
A Dra. Morgana Regina Rodrigues, médica endocrinologista, explica que a duração do diabetes e o nível de controle glicêmico têm um efeito importante no desenvolvimento de complicações do diabetes. As complicações com risco de visão geralmente surgem do aumento da permeabilidade vascular da retina, complicações da neovascularização da retina ou da câmara anterior ou perda vascular extensa na retina central.
A avaliação da retinopatia diabética sempre se baseou na fotografia colorida da retina (retina posterior) e na angiografia com fluoresceína avaliando a estrutura vascular e permeabilidade. Uma técnica mais recente, a fotografia de fundo ultra-amplo, avalia mais de 80% da superfície da retina.
A periferia da retina, que não é visível na fotografia padrão, pode ser avaliada pela Tomografia de Coerência Óptica (TCO). Outro avanço mais recente, a angiografia da TCO, permite uma avaliação não invasiva e morfológica de vasos retinianos perfundidos apresentando danos microvasculares que ocorre no início da retinopatia diabética, a quantificação de anormalidades da vasculatura da retina e assim, determinar a progressão da retinopatia diabética.
Dessa forma, segundo Dra. Morgana, conforme novas técnicas de imagem geram mais detalhes e informações mais amplas e abordagens computadorizadas analisam essas informações de novas maneiras, é provável que surjam descobertas que permitam detectar as primeiras alterações na retinopatia diabética e predizer a progressão ou regressão da doença.
Dra. Morgana Regina Rodrigues, médica endocrinologista, atua no corpo clínico da Saúde Center Clínica de Tapejara. Informações pelo telefone 3344-3600.