ESTRESSE TÓXICO NA INFÂNCIA DURANTE A PANDEMIA

(Dr. Gerson Peres, pediatra, explica)

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A necessidade de permanecer em casa diante da pandemia de COVID-19 foi uma medida extrema que modificou completamente o funcionamento da vida de todos e certamente essa situação de adversidade aumenta muito o estresse, e quando ele é elevado e diário, pode ser tóxico.

Segundo Dr. Gerson Peres, pediatra, o estresse tóxico é definido como um estresse elevado e contínuo, que pode gerar danos irreversíveis ao desenvolvimento neuropsicomotor da criança, além de aumentar os riscos para doenças orgânicas ao longo dos anos. Ele pode acarretar várias consequências a curto prazo, como transtornos do sono, irritabilidade, piora da imunidade, medos, e a médio e longo prazo, como maior prevalência de atrasos no desenvolvimento, de transtorno de ansiedade, de depressão, queda no rendimento escolar e estilo de vida pouco saudável na vida adulta.

A pandemia trouxe a questão relacionada ao incerto por não haver tratamento e uma prevenção para a doença. Além disso, a mudança de rotina causa impacto nas famílias e eleva o estresse e quando isso ocorre, altera todo o contexto do lar. A alteração na postura dos pais, diante da situação que estamos vivenciando, torna o ambiente fragilizado e coloca a criança em risco.

É essencial o suporte das famílias, com o apoio da sociedade, escolas e profissionais de saúde, na prevenção dos prejuízos à saúde e ao desenvolvimento das crianças para que o estresse possa ser tolerável e a família conseguir desenvolver estratégias para ajudar a criança a se reorganizar. Para isso, precisa prover carinho, suporte, acolhimento, tempo de escuta da angústia da criança, além de tentar organizar a rotina de um modo mais organizado e com atividades positivas.

Como dicas, segundo Dr. Gerson, podemos tentar dividir as atividades da criança dentro de casa para que, se possível, cada atividade aconteça em um determinado ambiente ou em um cômodo da casa. Como estudar no quarto, brincar na sala, assim por diante. As crianças precisam de uma rotina estruturada, então, quando ela identifica aquele esquema no qual pode realizar determinada atividade naquele ambiente, isso diminui o seu nível de ansiedade.

Fazer com que as brincadeiras ocorram da forma estruturada pelo máximo de tempo possível. Quando a criança brinca, ela consegue imaginar, fazer resolução de problemas, aumentar seu jogo simbólico e consegue fazer reflexões que irão ajudá-la a superar esse momento.

Os adultos devem realizar momentos de diálogo com seus filhos para discussão das atividades prioritárias do dia a dia, das necessidades básicas da casa, da divisão de tarefas e obrigações, e sobre a situação atual, com linguagem simples e adequada para cada idade da criança.

Definir horários para jogos online com os amigos e para videoconferências com os avós (visualizar os avós em boa saúde pode tranquilizar as crianças). Estimular os avós a terem conversas alegres e momentos de descontração durante os contatos à distância.

Inserir as crianças e adolescentes nas tarefas domésticas respeitando a capacidade de acordo com a idade de cada um através do ensinamento colaborativo e supervisionado.

Reservar um a dois momentos do dia para que os adultos possam se atualizar em relação às informações, sem expor as crianças a conteúdos inadequados. A maioria das informações repassadas pelas mídias são direcionadas para o público adulto e cabe aos pais limitar o acesso das crianças, repassando o que for necessário com linguagem adequada.

Incluir na agenda pausas durante o dia para que a família possa estar unida de forma alegre e prazerosa. Os jogos pedagógicos, que permitem trabalhar com conceitos de números e letras são boas opções. Entre os sites para encontrar esse tipo de jogo gratuito, estão o Games Educativos e o Jogos Para Crianças.

Os pilares da saúde e do desenvolvimento precisam ser respeitados e o momento não é de férias e sim de uma situação emergencial transitória de reorganização do formato em que as atividades cotidianas devem ser cumpridas, para isso seja você o modelo de comportamento que espera de seus filhos.

Dr. Gerson Peres é médico pediatra e integra o corpo clínico da Saúde Center Clínica de Tapejara. Informações pelo telefone 3344-3600.

Miomas: a importância de se discutir alternativas à histerectomia

(Dr. Mario Blaya explica)

Dr. Mario - abril 2020

Desafio para mulheres, em todo o mundo, mioma é um tumor uterino benigno que atinge, ao menos, 50% delas ao longo da fase reprodutiva. Assintomático em metade dos casos, o mioma tende a se manifestar por meio de fortes dores abdominais, sangramentos (que podem ser confundidos com aumento do fluxo menstrual) e aumento do volume abdominal. Por trás desses sintomas aparentemente comuns está uma doença que, somente no Brasil, resulta em cerca de 300 mil cirurgias anuais para remoção do útero, segundo o Ministério da Saúde.

O ginecologista Dr. Mario Blaya, explica que os miomas são diagnosticados por meio de avaliação da história clínica da paciente, exames clínicos e exames de imagem. O tratamento tende a buscar o controle dos sintomas, como forma de preservar o útero e possibilitar a gestação. Segundo ele, cerca de 20% das mulheres que fazem tratamento apresentam recidiva da doença, em até cinco anos.

O tratamento pode ocorrer ainda por meio cirúrgico. Neste caso, Dr. Mario explica que há a miomectomia (retirada só do mioma) e a histerectomia, a remoção parcial ou total do útero. “A histerectomia não prejudica a vida sexual, hormonal, nem impacta a saúde da bexiga e intestino. Contudo, fecha um ciclo na vida da mulher ao não possibilitar que ela desenvolva uma gravidez. Por isso, esse método é indicado quando a paciente está de acordo e deseja essa solução definitiva. Hoje a histerectomia é a segunda cirurgia de médio e grande porte mais realizada em mulheres, em todo o mundo. É importante que se discuta alternativas quando há essa possibilidade clínica”.

 Dr. Mario Blaya é ginecologista e obstetra integrante do corpo clínico da Saúde Center Clínica e responsável técnico pela Saúde Center Fertilidade, de Tapejara.  Informações pelo telefone 3344-3600.

Cardiologista Dra. Mariza Rosa participa de Congresso online para atualizações sobre cuidados cardiovasculares

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 ESC Congress 2020 foi realizado online, mantendo o intercâmbio científico e colocando a comunidade médica para mostrar as atualizações sobre os cuidados cardiovasculares.

Durante os quatro dias de evento, dez tópicos foram transmitidos simultaneamente durante o evento e um deles exclusivamente dedicado a estudos sobre a Covid-19.

A Dra. Mariza Garcia Rosa, médica cardiologista participou deste congresso. Segundo ela, vários temas foram abordados e vários estudos foram concluídos e divulgados neste evento. Ela destacou algumas novidades:

Foram feitos estudos com algumas novas medicações que seriam usadas para diabetes e se descobriu que eles melhoram a força cardíaca em pacientes com insuficiência cardíaca com função diminuída. Nesse estudo foi visto que eles podem ser usados tanto em pacientes diabéticos quanto não diabéticos.

Neste mesmo grupo de remédios, certificou-se que eles também melhoram a função renal do paciente, diminuindo a progressão da doença.  Então estes remédios poderão ser usados tanto em pacientes com função cardíaca ruim, quanto com já alteração da função renal, beneficiando tanto diabéticos, quanto não diabéticos.

Outro fato importante abordado neste Congresso foi a Fibrilação Arterial, uma arritmia muito comum. Pesquisas alertaram médicos da importância de se conversar muito com os pacientes, pois precisa encontrar e tratar a causa (o que leva a essa arritmia) que podem ser várias causas, como obesidade, apneia do sono… e o importante: incentivar atividade física e mudanças de estilo de vida.

Para os pacientes com COVID, no início da pandemia se achava que não deveriam ser usados alguns remédios para pressão, como Enalapril e Losartana, porque poderia ter um pior prognóstico, mas um estudo Brasileiro foi realizado com pacientes que usam estes remédios e que podem continuar, pois não apresentou nenhum malefício.

Dra. Mariza Garcia Rosa, é médica cardiologista e integra o corpo clínico da Saúde Center Clínica de Tapejara. Informações pelo Telefone 3344-3600.