Dra. Daniela fala sobre a importância da vacina
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Ter uma vacina que evite o câncer parece um sonho distante – mas o que algumas pessoas não sabem é que existe uma vacina que pode evitar pelo menos alguns tipos de câncer: de colo de útero, vulva, pênis, ânus e orofaringe (garganta – área em que vem aumentando a incidência de tumores no mundo todo, inclusive no Brasil). “Existem mais de 200 tipos de HPV, mas nem todo vÃrus do HPV é ruim. Há quatro muito perigosos. E temos duas vacinas, a bivalente e a quadrivalente, que cobre quatro subtipos perigosos: 6, 11, 16 e 18â€, explica a médica ginecologista e obstetra Daniela Maris Piccoli. “As duas vacinas protegem com bastante eficácia, quase 80 a 90% alguém que nunca teve exposição ao vÃrusâ€.
Segundo Dra. Daniela “O câncer de colo de útero é o quarto tumor mais comum da mulher e é responsável por mais de 260 mil mortes por ano no mundo todo. Vidas que podem ser poupadas se a gente conseguir fazer uma vacinação em massaâ€.
Segundo o Ministério da Saúde, o HPV causa cerca de 16 mil casos de câncer de colo de útero por ano no Brasil. Foram registradas 5.700 mortes no paÃs por esse tipo de tumor em 2015, conforme dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca). A boa notÃcia é que a vacinação contra o HPV está disponÃvel no Sistema Único de Saúde.
“A vacinação é uma forma de prevenção a essas doenças que matam ou trazem sequelas irreversÃveis para toda a vida. O câncer de colo de útero afeta geralmente mulheres entre 40 e 50 anos, provocando dificuldades em sua vida produtiva, interferindo na criação dos filhos e em toda a dinâmica da famÃlia. Também para os homens, se nada for feito, os tumores causados pelo HPV podem ser uma das primeiras causas de morte nas próximas décadasâ€, afirma Dra. Daniela.
A vacina contra o HPV está disponÃvel nas unidades públicas para meninas dos 9 aos 14 anos e meninos de 11 a 14 anos, em duas doses, com seis meses de intervalo entre elas. Também podem receber a vacina pessoas com HIV ou imunodepressão, dos 9 aos 26 anos, de ambos os sexos. A imunidade só estará completa quando se toma todas as doses. No caso do HPV, são duas doses para adolescentes e três para imunodeprimidosâ€.
Eficácia comprovada
A vacinação é pouco efetiva quando a pessoa já teve contato com o vÃrus – o que acontece principalmente pela relação sexual. “Quando a vacinação é feita em alguém que nunca teve essa exposição, ela é incrivelmente eficazâ€. Entretanto, estima-se que entre 30% e 70% das pessoas sexualmente ativas estejam infectadas por pelo menos um tipo do vÃrus. “Muitas vezes o contato acontece, mas o vÃrus fica latente, dormindo, não causa infecção nem câncerâ€.
A médica alerta: “Se a gente vacinar todas as crianças, meninos e meninas no mundo inteiro, talvez o câncer de colo de útero seja algo que não exista mais ou raramente aconteça. Pode ser erradicado do mundo, como a poliomielite. É um sonho que parecia irreal, mas pode ser possÃvelâ€, comenta Dra. Daniela.
Dra. Daniela Maris Piccoli é médica ginecologista e obstetra e integra o corpo clÃnico da Saúde Center ClÃnica de Tapejara. Informações pelo telefone 3344-3600.