Número de vasectomias aumenta no país

Dr. Luis Eduardo fala sobre o assunto

Luis Eduardo almeida

Um dado interessante disponível na plataforma Data/SUS revela que aos poucos os homens parecem compartilhar a responsabilidade do planejamento familiar. A vasectomia é um dos métodos que o casal pode escolher para controlar o número de filhos que deseja ter, e o Brasil observa aumento no número de procedimentos.

Em 2008, quando os primeiros dados foram disponibilizados digitalmente, foram realizadas 26 mil cirurgias. Em 2017, esse número saltou para 57 mil, um aumento de mais de 123%.

De acordo com o urologista Luis Eduardo Almeida, o maior esclarecimento da população sobre o tema – que foi sempre cercado de muito tabu – contribui significativamente para esse aumento. “Era muito comum associar o procedimento à impotência sexual, redução do esperma e até câncer de próstata“, afirma.

O medo, como explica o médico, não tem fundamento nenhum, já que os nervos e vasos sanguíneos envolvidos na ereção não são afetados pela cirurgia. O procedimento apenas interrompe a passagem dos espermatozoides dos testículos para o pênis. A ejaculação continua acontecendo, só que sem espermatozoides.

Além do acesso à informação, outro ponto importante que contribuiu para que mais vasectomias fossem realizadas no Brasil foi a criação de um código de regulamentação para a prática.

O procedimento é relativamente simples, com duração estimada de no máximo uma hora (em geral, dura cerca de 20 minutos), podendo ser feito inclusive no ambulatório, sem necessidade de centro cirúrgico. O homem já pode ir trabalhar no dia seguinte. Em todos os sentidos, é muito menos invasivo e mais simples que a laqueadura, que necessita de internação e anestesia geral.

Por meio de anestesia local, é feita uma pequena incisão no saco escrotal para localizar os ductos deferentes, por onde passam os espermatozoides. Os ductos são cortados e suas pontas são amarradas ou cauterizadas. Por fim, o médico fecha o pequeno corte feito para obter acesso aos canais.

Uma vantagem da vasectomia é que se trata de um procedimento reversível. Entretanto, é importante ressaltar que a taxa de sucesso da cirurgia de reconexão pode variar. “Depois da cirurgia, é fundamental fazer uso de um método anticoncepcional por aproximadamente 60 dias, pois alguns espermatozoides podem continuar vivos dentro do canal. Em poucos meses, porém, o sêmen não vai conter mais espermatozoides, o que impossibilita a gravidez”, afirma Dr. Luis.

Lembrando que a vasectomia é um procedimento que somente impede a gravidez, ou seja, não previne infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), como HIV, sífilis, HPV e gonorreia. Para evitá-las, é indispensável o uso da camisinha.

Dr. Luis Eduardo Almeida é médico urologista e integra o corpo clínico da Saúde Center Clínica de Tapejara. Informações pelo telefone 3344-3600.

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