VACINAS PARA PNEUMONIA

(Dr. Gereson Peres esclarece)

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O pneumococo (bactéria Streptococcus pneumoniae) é causa frequente de otite média aguda, pneumonias, bacteremias e meningites. A maior incidência de doença pneumocócica ocorre nos primeiros anos de vida e na idade avançada. O principal reservatório do Streptococcus pneumoniae é a nasofaringe. Taxas de colonização variam de acordo com a idade; estima-se que de 30% a 70% das crianças e menos que 10% dos adultos sejam colonizados pelo S. pneumoniae.

Atualmente, existem no Brasil 3 tipos de vacinas contra as pneumonias e doenças  pneumocócicas invasivas. As vacinas 10-valente e 13-valente são do tipo conjugadas e a 23-valente é do tipo polissacarídica. As vacinas pneumocócicas conjugadas (10-valente e 13-valente) possuem uma proteína carreadora que é capaz de estimular uma resposta imunológica T-dependente, a qual é superior àquela gerada pelas vacinas que não apresentam essa tecnologia. Essas vacinas protegem contra um número menor de sorotipos quando comparadas às polissacarídicas (23-valente). Entretanto, induzem uma resposta imunológica superior por desencadearem uma resposta T-dependente, estimulando as células B a produzirem anticorpos mais robustos e duradouros. Estes anticorpos apresentam maior avidez pelos antígenos, longa duração e há a formação de memória imunológica. Além disso, as vacinas conjugadas conseguem eliminar os pneumococos que colonizam a nasofaringe e, portanto, diminuem o estado de portador.

Essas vacinas estão disponíveis nas clínicas particulares de vacinas e a 10-valente nos postos de saúde como rotina e a 13-valente e a 23-valente nos Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIEs) conforme a indicação clínica para pessoas imunocompetentes e imunodeprimidos, ou que apresentam outras condições de risco e outros grupos especiais que devem ser atendidos na rede pública de serviços de saúde.

As recomendações da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), Sociedade Brasileira de Imunologia (SBIm) e Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT) diferem no esquema de doses da recomendação prevista no Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da saúde.

A Sociedade Brasileira de Pediatria, a Sociedade Brasileira de Imunologia e o Programa Nacional de Imunizações indicam a vacina Pneumocócica conjugada para todas as crianças até 5 anos de idade. O PNI utiliza a vacina pneumocócica conjugada 10-valente no esquema de duas doses, administradas aos 2 e 4 meses, seguidas de um reforço aos 12 meses, podendo ser aplicada até os 4 anos e 11 meses de idade nos postos de saúde. A SBP e a SBIM recomendam, sempre que possível, o uso da vacina conjugada 13-valente, pelo seu maior espectro de proteção, no esquema de três doses no primeiro ano (2, 4, e 6 meses) e uma dose de reforço entre 12 e 15 meses de vida nas clínicas particulares de vacinas. Crianças saudáveis com esquema completo com a vacina 10-valente podem receber dose(s) adicional(is) da vacina 13-valente, até os cinco anos de idade, com o intuito de ampliar a proteção para os sorotipos adicionais em relação à 13-valente. Crianças com risco aumentado para doença pneumocócica invasiva devem receber também, a partir de 2 anos de idade, a vacina polissacarídica 23-valente, com intervalo mínimo de dois meses entre elas.

Adolescentes e adultos até 59 anos tem a vacinação indicada a critério médico de acordo com suas doenças de base e riscos de complicações. O esquema sequencial de VPC13 e VPP23 também é recomendado para indivíduos portadores de algumas comorbidades e pode ser adquirido junto aos CRIEs através de solicitação do médico assistente.

A Sociedade Brasileira de Imunizações e a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia recomendam a vacinação pneumocócica para adultos maiores de 60 anos em um esquema sequencial com a vacina pneumocócica conjugada 13-valente e a vacina pneumocócica polissacarídica 23-valente. Iniciar com uma dose da 13-valente seguida de uma dose de 23-valente seis a 12 meses depois, e uma segunda dose de 23-valente cinco anos após a primeira. Para aqueles que já receberam uma dose de 23-valente, recomenda-se o intervalo de um ano para a aplicação de 13-valente. A segunda dose de 23-valente deve ser feita cinco anos após a primeira, mantendo intervalo de seis a 12 meses com a 13-valente. Para os que já receberam duas doses de 23-valente, recomenda-se uma dose de 13-valente, com intervalo mínimo de um ano após a última dose de 23-valente. Se a segunda dose de 23-valente foi aplicada antes dos 60 anos, está recomendada uma terceira dose depois dessa idade, com intervalo mínimo de cinco anos da última dose.

Dr. Gerson Peres é médico pediatra e integra o corpo clínico da Saúde Center Clínica de Tapejara. Informações pelo telefone 3344-3600.

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