Os dois tipos de cólicas ou dismenorreia

(Dr. Mario Blaya explica) 

dr. Mario - abril 2019

São dois os tipos de cólica menstrual: dismenorreia primária e secundária. Em 80% dos casos, a cólica menstrual está associada à dismenorreia primária e se manifesta de um a dois anos após a primeira menstruação ou menarca. A dismenorreia primária é provocada pela produção aumentada de substâncias conhecidas como prostaglandinas pelo endométrio — a camada que reveste internamente o útero. A prostaglandina é uma substância hormonal, produzida a partir do estímulo da progesterona, hormônio que predomina na segunda fase do ciclo reprodutivo feminino, depois que ocorre a ovulação. O Ginecologista e obstetra Dr. Mario Blaya explica que o excesso de prostaglandinas durante o período menstrual provoca fortes contrações do útero. Ao contrair-se, o útero, que é um músculo, pressiona os vasos sanguíneos à sua volta, dificultando o suprimento de oxigênio aos tecidos. A dor é resultado da falta de oxigênio em partes do útero. O excesso de prostaglandina afeta outros órgãos, além do útero. E é por isso que a cólica menstrual é frequentemente acompanhada de sintomas como dor de cabeça, dor nas costas, náusea e vômito, tontura e diarreia.

As causas da dismenorreia secundária

Estão associadas a algum distúrbio nos órgãos reprodutivos femininos — ovários, anexos uterinos ou do próprio útero. As principais condições que podem dar origem à dismenorreia secundária são:

– Endometriose – doença que leva à proliferação do tecido endometrial, fora do seu local;
– Mioma – espécie de tumor benigno que cresce dentro do útero;
– Doença inflamatória pélvica – infecção causada por bactéria que começa dentro do útero e pode se espalhar pelos anexos desse órgão como trompas e ovários.

Os sintomas das dismenorreias

Além da dor, que pode ser intensa, também podem ocorrer os seguintes desconfortos:

– Náusea;  – Diarreia;  – Vômito;  – Dor na região lombar e do sacro, com irradiação para as coxas;
– Fadiga;  – Nervosismo;  – Tontura;  – Dor de cabeça (cefaleia);
– Desmaio ou síncope [esta ocorrência, em particular, é bem rara].

Prevenção do estresse e ansiedade

Em paralelo ao tratamento, Dr. Mario enfatiza que são recomendadas mudança de hábitos, tais como, evitar situações de fadiga ou estresse. O cansaço físico ou psíquico produz ansiedade e esta condição emocional piora muito a experiência da dor. Tomar banhos quentes ou usar bolsa de água quente sobre o abdome é outra indicação para ajudar a aliviar o desconforto da dismenorréia moderada.
A prática regular de meditação, yoga ou de qualquer outra atividade física contribui para melhorar o bem estar, independentemente da medicação e atenuar a dor. Recomenda-se ainda uma dieta leve para os dias de dor mais intensa, baseada em vegetais, legumes e cereais integrais. Atividade física regular também ajuda na prevenção.

Dr. Mario Blaya é ginecologista e obstetra e integra o corpo clínico da Saúde Center Clínica. Informações pelo telefone 3344-3600.

Share on FacebookTweet about this on TwitterShare on Google+

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *