O que é vulvovaginite?

(O Ginecologista Dr. Mario Blaya explica)

dr. Mario - abril 2019

As inflamações e infecções vaginais, vulvovaginites, leucorréias, chamadas comumente de corrimento, são as doenças mais comuns nos consultórios de ginecologia, e em geral tratadas por alguns dias e pronto! Mas em alguns casos elas são persistentes, voltam com frequência, criam problemas de ordem física, sexual e emocional.

Segundo Dr. Mario Blaya, ginecologista e obstetra, alguma secreção vaginal é esperada para todas as mulheres, em geral leitosa, em quantidade moderada variando, na época da ovulação com secreção transparente como “clara de ovo”, estas são normais e saudáveis, não podemos confundi-las com doença.

Quando esta secreção aumenta em quantidade, muda de aspecto, torna-se amarelada ou esverdeada, ou ainda branca mais espessa parecendo “nata de leite”, com odor mais forte e as vezes fétido e vem acompanhada de coceira, desconforto, inchaço e vermelhidão da região genital estamos diante de uma vulvo-vaginite, ou seja infecção genital.

As causas mais comuns de vaginites são bactérias em 40-45%, fungos em 20-25%, e protozoários 15-20%.

Segundo Dr. Mario, o diagnóstico deve ser realizado através de história clínica completa, que avalia fatores de risco e possíveis causas:  Detalhes sobre a vida sexual da paciente e do parceiro ou parceira, status hormonal, higiene, doenças de pele, estado imunológico, possibilidade de presença de corpo estranho (como um absorvente interno), menopausa e stress.

Estes fatores de risco podem “atrapalhar” o ambiente vaginal que é complexo e sua saúde depende de um equilíbrio intrigante entre vários microrganismos que mantém um ph ácido que por sua vez inibe o crescimento de bactérias e outros microrganismos patogênicos. Exame ginecológico cuidadoso é o mais importante para o diagnóstico.

Blaya reitera que os cuidados gerais são fundamentais: Evitar produtos que irritem a mucosa, como perfumes, sabonetes e roupas de lycra, evitar uso de amaciantes nas roupas que tem contato direto, assim como biquíni molhado ou roupa de ginástica por muito tempo. A forma de higiene intima sempre limpando a região da frente para atrás.

Após o tratamento, para aquelas que apresentam recorrência das infecções, é fundamental que pensemos em prevenção que vai desde o controle do stress e ansiedade, principalmente nos períodos pré-menstruais e menopausa, até fatores como higiene e uso de outros medicamentos.

Atenção quanto a hábitos sexuais, prevenção de doenças sexualmente transmissíveis através de uso de camisinha. Todos aqueles cuidados com o uso de sabonetes neutros para região genital e para lavar as roupas íntimas, manter-se com a roupa seca valem para a prevenção também.

Enfim, as infecções vaginais são muitas vezes um tormento na vida das mulheres e infelizmente, apesar de comuns, algumas delas são de difícil tratamento e dependem de muitos fatores, hábitos de vida e sexuais. Por esta razão, segundo o médico, é fundamental que cada vez mais as mulheres conheçamos seu corpo para que possam entender seu funcionamento e promover a saúde ao invés de tratar doenças.

Dr. Mario Blaya é ginecologista e obstetra e integra o corpo clínico da Saúde Center Clínica de Tapejara. Telefone 3344-3600.

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