(Dr. Fabio Batistella esclarece)
Imagine um exército de centenas de soldados e um único objetivo: proteger você contra qualquer invasão inimiga. Até que um dia, por algum motivo desconhecido, esse batalhão simplesmente passa a atacá-lo. É assim que as doenças autoimunes se manifestam. Há uma disfunção nas células de defesa que faz com que elas passem a agredir o organismo em vez de defendê-lo.
Quando a agressão é mais direcionada, como na artrite reumatóide, que tem uma clara preferência pelas articulações, seja dos joelhos, dos quadris ou dos punhos, o resultado é dor e muito inchaço.
O Dr. Fabio Batistella, médico reumatologista explica que a rigidez matinal é outra característica da doença e o paciente se sente como se estivesse “enferrujado”, com o corpo travado. A rigidez ao acordar pode se estender por mais de duas horas. “Os pacientes relatam que as vezes não conseguem tirar o pijama ou fazer a higiene da manhã”, descreve Batistella.
É comum que a rigidez ocorra pela manhã porque o processo inflamatório é mais intenso durante a madrugada. Quando a pessoa acorda, a dor é mais forte, e durante o dia a medida que realiza mais movimentos, tende a reduzir, mas não termina.
A artrite reumatóide pode atingir desde crianças até idosos, com maior frequência dos 25 aos 50 anos. Seu surgimento decorre de vários fatores, os quais incluem predisposição genética, exposição a fatores ambientais e infecções. Fatores hormonais também estão relacionados à doença, o que explica o fato de ela ocorrer mais frequentemente em mulheres.
DOR PERSISTENTE
Dor simétrica é um dos sintomas característicos da artrite reumatoide. Em geral, ela atinge os dois lados do corpo (por exemplo, ambos os pulsos, cotovelos, joelhos ou tornozelos). Outros sintomas incluem inchaço (edema), aumento de temperatura na região e dor persistente, que dura dias e pode desaparecer e então voltar de repente. Também é comum o aparecimento de fadiga, pois o estado inflamatório aumenta a taxa metabólica, o que faz com que o paciente se canse mais facilmente. Quanto mais cedo for feito o diagnóstico, melhor a resposta terapêutica e maior a possibilidade de remissão dos sintomas.
TRATAMENTO CONTÍNUO
Por ser uma doença crônica e sem cura até o momento, o tratamento contínuo requer o uso dos medicamentos corretos e disciplina por parte do paciente. Assim é possível controlar a doença e deixá-la inativa. “O início do tratamento normalmente requer uma quantidade maior de medicamentos. Com o passar do tempo e com a doença controlada é possível reduzir a terapia.”, salienta o Dr. Fabio.
Além do tratamento convencional, uma recomendação unânime entre os reumatologistas é incentivar o paciente a praticar atividade física pelo menos 4 vezes por semana, com duração de até 30 minutos inicialmente.
Fortalecer a musculatura como um todo ajuda diretamente a aliviar as dores nas articulações, já que são os músculos que dão sustentação a essas regiões. Mas atenção: as atividades não devem ser exaustivas e nem causar impacto e, nos períodos de atividade da doença, pode ser indicado repouso.
Dr. Fabio Batistella é médico reumatologista e integra o corpo clínico da Saúde Center Clínica de Tapejara. Informações pelo telefone 3344-3600.