(Pediatra Dra. Elenice esclarece sobre a doença)
É só mudar a estação que casos de doenças tÃpicas da época mais fria começam a surgir. Nesses perÃodos, é comum ler na internet ou ouvir nos grupos de pais que uma “nova doença está vindo com tudo por aÃâ€. No outono, uma das viroses comuns que atingem as crianças é a doença mão-pé-boca (HFMD), que é velha conhecida dos pediatras.
A Pediatra Dra. Elenice Marioto Blaya explica que o vÃrus causador da doença mão-pé-boca chama-se Coxsackie  e pertence à famÃlia dos enterovÃrus que normalmente habitam o intestino.
A doença tem alguns sinais bem caracterÃsticos: inicia-se com febre alta que é sucedida (cerca de dois ou três dias depois) por pequenas vesÃculas com lÃquido que surgem na região das mãos, pés e boca — daà o nome. As bolhas vão se rompendo à medida que a doença evolui.
Mas a Dra. Elenice alerta: “Nem sempre as lesões ocorrem todas de uma vez, por isso uma avaliação médica é fundamental. Em casos isolados, pode ser solicitado o exame de sangue que detecta o vÃrus, mas o resultado demora para sair, e como não há tratamento especÃfico (só controlamos os sintomas) para a doença, ele só é pedido em casos de diagnóstico diferencial ou quando acontecem raras complicações, como encefalites ou miocarditesâ€.
Comenta também que tem circulado no Brasil uma cepa de enterovÃrus que causa lesões em outros locais além das mãos, pés e boca, o que pode fazer com que muitos pais confundam a doença com catapora (varicela).
A boa notÃcia é que a doença é autolimitada, ou seja, em cerca de dez a 15 dias os sintomas desaparecem. “Mas as lesões causam bastante desconforto, principalmente as da boca, que muitas vezes impedem a criança de se alimentarâ€, destaca a Dra.
Pegar a doença não garante imunidade, ou seja, a criança pode ser infectada mais de uma vez (o que, entretanto, não é comum) pelo Coxsackie. Também não há vacinas contra o vÃrus, já que há mais de uma cepa capaz de causar a doença e o material genético dos vÃrus está sempre em mutação.
A transmissão ocorre por via oral/fecal, através do contato direto com secreções (por tosse ou espirro) e com objetos como chupetas, brinquedos ou fezes de crianças infectadas. Por conta da via de contágio oral, tempos frios são mais propÃcios para a ocorrência de surtos da doença, já que as crianças costumam ficar mais tempo aglomeradas em um mesmo ambiente.
Quanto à transmissão fecal, uma informação importante que pode contribuir para a contenção da doença: Mesmo após a recuperação, o paciente pode transmitir o vÃrus pelas fezes durante aproximadamente quatro semanas. “Portanto, muita atenção na limpeza e cuidado com seu filho quando for utilizar os fraldários de locais públicosâ€, reforça a Dra. Elenice.
Dra. Elenice Mariotto Blaya é pediatra e integra o corpo clÃnico da Saúde Center ClÃnica de Tapejara. Telefone 3344-3600.