Um alerta para os pais! Porque levar a menina para uma consulta com o ginecologista?

Dra. Daniela fala sobre a escolha de métodos contraceptivos

Dra. Daniela

Meninas de doze anos, logo que menstruam, vão à farmácia desprovidas de qualquer orientação médica, instruídas apenas por suas mães ou amigas e compram pílulas anticoncepcionais. O objetivo varia. Pode ir desde diminuir cólicas e controlar o ciclo menstrual até se prevenir de um dos maiores males do país: a gravidez precoce (para se ter uma ideia, 13 milhões de adolescentes se tornam mães anualmente). O que poucas mulheres sabem é que o uso indiscriminado desse tipo de medicamento traz riscos graves, que podem levar à morte. A maioria vai direto para as pílulas sem conhecer outros métodos.

“No Brasil, temos essa ideia de que a pílula [feita com hormônios combinados, o tipo mais usado no mundo] é ótima. Você vai em qualquer farmácia e eles te dão, sem receita. Todo mundo tem horror a gravidez na adolescência, porque isso é uma epidemia no Brasil. E por isso aceitaram-se todos os riscos da pílula, sem que as pessoas sequer entendam adequadamente os riscos”, afirma Dra. Daniela Maris Piccoli, médica ginecologista e obstetra.

O hábito é o que melhor explica o consumo desse tipo de método. Ele está em terceiro lugar entre os países latino-americanos que mais a utilizam. Tanto as pacientes quanto os médicos já estão acostumados. “É uma sensação de conforto, de terreno conhecido, além de já tratar outros problemas ginecológicos, como a regulação do fluxo”, diz a Dra. Daniela. “Eu não acho que a pílula seja ruim. Mas acho que tem uma série de métodos que também são bons. Infelizmente, as pessoas não têm esse leque de opções na cabeça. Geralmente o exercício de escolha é feito em relação ao tipo de pílula, e não ao tipo de método”, finaliza.

Camisinha, DIU, implante, cirurgia, pílulas com um hormônio ou com hormônios combinados, adesivo, anel vaginal. Cada um deles possui benefícios, riscos, facilidades e restrições. É essencial que a mulher, junto com o ginecologista, faça uma escolha consciente e adequada às suas condições. A pílula de hormônios combinados é um composto de estrogênio e progestagênio (hormônio sintético derivado da progesterona). Basicamente, essas substâncias bloqueiam a ovulação e alteram o muco cervical, dificultando a ascensão dos espermatozoides. O adesivo cutâneo e o anel vaginal possuem o mesmo princípio. O maior risco comprovado desses anticoncepcionais está na ação do estrogênio, que aumenta o risco de trombose, especialmente quando associado a outras condições como: obesidade, sedentarismo, histórico familiar de trombose, diabetes…

Por isso, é primordial que a mãe ou a responsável, leve a menina a uma consulta com o ginecologista para saber sobre as opções de métodos, os prós e contras e qual o momento certo para o uso.

Dra. Daniela Maris Piccoli é médica ginecologista e obstetra e integra o corpo clínico da Saúde Center Clínica de Tapejara. Informações pelo telefone 3344-3600.

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