Excesso de peso na juventude altera a estrutura do coração

(A cardiologista Dra. Mariza esclarece o tema)

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De acordo com estudo publicado recentemente na revista Circulation, o excesso de peso durante a juventude pode alterar a arquitetura cardiovascular, aumentando os riscos de desenvolver problemas cardíacos, como hipertensão e aumento da massa ventricular. Os pesquisadores descobriram que o sobrepeso em um jovem adulto é capaz de ‘engrossar’ o músculo cardíaco, dificultando a passagem do sangue e forçando o coração a trabalhar mais. Esse espessamento das paredes dos vasos é considerado o primeiro sinal de aterosclerose, problema no qual placas de gordura se acumulam nas artérias.

 

Como acontece o espessamento

Segundo a Dra. Mariza Garcia Rosa, médica cardiologista, o percentual de gordura de um indivíduo deve ficar abaixo dos 30%; nas mulheres é aceitável entre 18% e 28% e nos homens entre 10% e 20%. Quando a composição corporal sofre alteração e o índice de gordura é superior a estes valores, ocorre alteração do setpoint metabólico, o que afeta o tecido adiposo, responsável pela produção de enzinas e hormônios, alguns capazes de provocar a obesidade.

A produção de algumas destas substâncias, como o PAI-1 e a resistina, são estimuladas pela gordura corporal e podem alterar a arquitetura do coração e dos vasos sanguíneos. Quando essas duas proteínas são liberadas é possível notar uma piora na função cardíaca, como alargamento da parede ventricular e diminuição da câmara cardíaca. Diante disso, pode ocorrer uma alteração na pressão arterial e, em alguns casos, provocar morte súbita. Dra. Mariza alerta que indivíduos mais jovens que tem o IMC acima de 30 estão mais expostos a essas substâncias nocivas ao organismo.

 

Consequências

Quando uma pessoa está obesa, as câmaras cardíacas, responsáveis pelo transporte sanguíneo, podem sofrer um aumento do volume muscular – causado pela pressão arterial. Quando isso acontece, as paredes dos vasos ficam mais largas e, portanto, o centro da câmara diminui, provocando a redução do volume sistólico (de sangue).

Diante do espessamento, a principal preocupação dos médicos é a insuficiência cardíaca. Segundo Dra. Mariza, este quadro surge com a diminuição dos níveis de sangue entrando e/ou saindo do coração, ou seja, ele não bombeia o sangue como deveria, comprometendo a circulação de oxigênio pelo organismo. Por causa disso, pessoas que tem a doença encontram dificuldades em realizar tarefas básicas diárias como subir escadas e, em casos mais graves, tomar banho sozinho.

 

A pesquisa ainda revelou que um IMC mais alto, causa maior pressão arterial sistólica (PAS) e pressão arterial diastólica (PAD), o que pode danificar as artérias do coração; associadas ao espessamento do músculo cardíaco, a hipertensão arterial dificulta o transporte do sangue pelo corpo, levando à doença coronariana.

A Dra. Mariza faz um apelo aos pais que fiquem vigilantes com o peso de seus filhos. Uma alimentação adequada e prática de exercícios físicos também contribuem para a saúde do coração.

Dra. Mariza Garcia Rosa é cardiologista integrante do corpo clínico da Saúde Center Clínica de Tapejara. Informações pelo telefone 3344-3600.

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