A geração da cadeira

A cardiologista Dra. Mariza fala sobre o tema

Dra. Mariza 2

Pela primeira vez na história da humanidade, adquirimos a possibilidade de ganhar o sustento sem levantar da cadeira.

O conforto da vida moderna, no entanto, cobrou um preço alto: doenças cardiovasculares e câncer são as principais causas de morte, a obesidade virou epidemia até em países de renda mais baixa e limitam a mobilidade de milhões de pessoas, os serviços de saúde ficaram sobrecarregados.

A Dra. Mariza Garcia Rosa, Cardiologista, lembra que a vida sedentária está associada a diversos fatores de risco para doenças cardiovasculares: acúmulo de gordura no abdômen, hipertensão arterial, inflamação crônica, resistência à insulina e disfunção do endotélio, a camada que reveste a parede interna dos vasos.

A atividade física moderada ou intensa aumenta a produção de NO (que provoca dilatação das artérias) e reduz a expressão das moléculas de adesão, mecanismo que diminui o risco cardiovascular. Mesmo exercícios leves têm efeitos metabólicos benéficos.

A revista “Nature” traz um estudo para esclarecer este detalhe: a atividade física leve também seria suficiente para corrigir a disfunção endotelial associada ao sedentarismo?

Os autores estudaram três grupos “Sit, Sitless e Exercise”. Durante 4 dias, os do grupo “Sit” passaram 14 horas diárias sentados. Dessas 14 horas diárias, os do grupo “Sitless” ficaram apenas 9 horas sentados e 5 a 6 horas movimentando-se devagar ou permanecendo em pé. Os do grupo “Exercise” permaneceram 13 horas por dia sentados, e uma hora praticando exercícios moderados ou intensos.

Comparados aos do grupo “Sit”, os “Exercise” apresentaram função endotelial mais preservada, sugestiva de risco cardiovascular reduzido, entretanto, os níveis de colesterol e a sensibilidade à insulina não se alteraram. Nos “Sitless”, ocorreu o oposto: a disfunção endotelial permaneceu igual à dos sedentários, mas a sensibilidade à insulina e os níveis de colesterol melhoraram.

Em resumo a Dra. Mariza alerta: passar o dia sentado aumenta o risco de doença cardiovascular. Reduzir o número de horas sedentárias, sem fazer exercícios mais intensos, melhora o metabolismo dos lipídeos e a sensibilidade à insulina, mas não traz benefícios à função endotelial. Uma hora de exercícios moderados ou intensos, faz o contrário.

Conclusão: Para o bom funcionamento do sistema cardiovascular é preciso fazer exercício e sair da cadeira.

Dra. Mariza Garcia Rosa, cardiologista, integra o corpo clínico da Saúde Center Clínica de Tapejara. Telefone 3344-3600.

 

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