Dra. Morgana R. Rodrigues – Endocrinologista explica)
Cresce no mundo o número de crianças e adolescentes diabéticos. O 9º IDF Diabetes Atlas, aponta que 1,1 milhão de meninos e meninas com menos de 20 anos têm o tipo 1 da doença no mundo, e a estimativa é de que o aumento anual global de casos seja em torno de 3%. Na América Latina, 127,2 mil convivem com a diabetes, e o país com mais registros é o Brasil: 95,5 mil casos. No ranking global, o país só perde em número de casos para os Estados Unidos e a Índia.
Segundo o relatório da IDF, cerca de 98,2 mil crianças e adolescentes com menos de 15 anos são diagnosticados com diabetes tipo 1 a cada ano – o número sobe para 128,9 mil quando a faixa etária se estende até os 20 anos.
“Nos últimos 10 anos, a prevalência de diabetes tipo 1 aumentou 14 vezes em crianças e adolescentes. Nesse grupo, é a doença crônica endocrinológica mais frequente e a segunda ou a terceira doença crônica pediátrica, dependendo da população, mais frequente“, afirma a Dra. Morgana Regina Rodrigues, médica endocrinologista.
Segundo o IDF, há evidências de que o diabetes tipo 2, que é mais frequente em adultos, também esteja aumentando entre crianças e adolescentes. Não há, entretanto, dados estatísticos confiáveis que confirmem isso.
No Brasil, as crianças com idade entre 5 e 9 anos, os dados apontam que 3 a cada 10 delas estão acima do peso. “A obesidade é o fator de risco mais importante para o diabetes tipo 2 porque gera uma situação de resistência à ação da insulina, ou seja, o corpo não consegue usá-la para controlar adequadamente os níveis de açúcar no sangue”, explica o endocrinologista.
No caso do tipo 1 da doença, a ação do excesso de peso se dá de forma indireta. “Em uma criança que já tenha predisposição genética para a enfermidade, o excesso de peso pode deflagrar a reação imune à insulina ou de forma mais precoce ou mais intensa“, explica a médica.
Na lista de complicações estão doenças cardiovasculares, insuficiência renal crônica, potenciais amputações dos membros inferiores, problemas na visão, acometimento dos nervos (neuropatia periférica) e cetoacidose diabética – quando processo do corpo para compensar a ausência de insulina acaba por deixar o sangue ácido. O risco de morte também é grande.
Segundo a Dra. Morgana, os tipos de diabetes que acometem crianças e adolescentes são o 1 e o 2. O 1, de acordo com a SBD, se dá quando o próprio sistema imunológico ataca as células do pâncreas que produzem insulina, fazendo com que pouca ou nenhuma quantidade do hormônio seja liberada para o corpo.
Seus principais sintomas são sede constante, vontade de urinar diversas vezes ao dia, alterações no apetite, perda de peso (mesmo comendo mais), fraqueza e fadiga.
O tratamento é feito com insulina, medicamentos, planejamento alimentar e atividades físicas.
Dra. Morgana Regina Rodrigues é médica endocrinologista e integra o corpo clínico da Saúde Center Clínica de Tapejara. Informações pelo telefone 3344-3600.