Dr. Mario Blaya fala sobre a doença
A endometriose acontece quando o endométrio, tecido que reveste o útero, cresce para fora do órgão. Os fragmentos vão parar no ovário, nas trompas e até em regiões vizinhas. Mesmo deslocado, o tecido excedente é estimulado a crescer e, na hora da menstruação, descama junto com o endométrio original.
A partir daÃ, surgem as cólicas intensas, o desconforto e, com o tempo, dificuldades para engravidar. Além disso, o risco de câncer de ovário é mais alto em mulheres com o problema.
Dr. Mario Blaya, ginecologista e obstetra, revela que é difÃcil estabelecer as causas da endometriose, mas, em parte, o distúrbio é provocado pela menstruação retrógrada, quadro em que pequenas porções de sangue voltam pela tuba uterina e se alojam aonde não deveriam. Isso ocorre pelo estÃmulo constante do estrogênio, hormônio que faz o endométrio aumentar de tamanho e sangrar todos os meses.
Sinais e sintomas
– Cólica intensa mesmo fora do perÃodo menstrual
– Inchaço abdominal
– Dor durante e após o sexo
– Dor para urinar e evacuar
– Intestino preso ou solto demais
– Menstruação irregular
– Dificuldade para engravidar
Fatores de risco
– Ter filhos depois dos 30 anos
– Alterações no útero
– Estresse
– Má alimentação
A prevenção
Embora em muitos casos não dê para prevenir o aparecimento da endometriose, alguns hábitos diminuem o risco de ela dar as caras, como diminuir o estresse e aumentar o consumo de alimentos ricos em ômega-3, como o salmão e o óleo de linhaça.
O diagnóstico
A partir da primeira menstruação, o médico precisa ficar atento à s cólicas — quanto mais rápido o diagnóstico, menor o risco de a doença progredir. Exames de imagem e sangue dão inÃcio à investigação, mas a certeza do diagnóstico só vem mesmo com a videolaparoscopia, uma cirurgia que permite observar os focos da endometriose. A doença é classificada em leve, moderada ou grave.
O tratamento
Segundo Dr. Mario, não há cura para a endometriose, mas dá para combater os focos dela e praticamente anular os sintomas. Anticoncepcionais que barram a ação do estrogênio são frequentemente prescritos, apesar de não serem criados originalmente para esse fim. Há também remédios mais especÃficos, que simulam a ação da progesterona no controle do endométrio.
Quando a doença avança, os médicos podem optar pela cirurgia. Por meio de uma pequena incisão no umbigo, a videolaparascopia identifica e cauteriza os locais afetados. Outra opção é apenas extrair as células que estão fora do lugar. A atividade fÃsica também pode ser benéfica porque libera substâncias que aliviam a dor.
Se você apresenta algum desses sintomas, procure seu médico para uma avaliação mais detalhada. O acompanhamento é muito importante. Visite seu médico regularmente.
O Dr. Mario Blaya é ginecologista e obstetra e integra o corpo clÃnico da Saúde Center ClÃnica. Informe-se pelo telefone 3344-3600.